Questionando o avanço social e econômico com a Lei Geral de Proteção de Dados

Como podemos seguir em frente se algumas empresas não sabem nem usar seus dados enquanto outras tratam dados pessoais como mercadoria?

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Questionando o avanço social e econômico com a Lei Geral de Proteção de Dados

Apesar da incerteza em que se encontra a situação da LGPD no país, todos os dias chegamos mais perto da sua vigência.

Para uns isso significa desespero, afinal, adequar-se significa passar por um grande processo que muitas vezes parece ser maior que a própria empresa, ou ainda, significa o aborrecimento de ter mais uma preocupação forçada pelo excesso de leis.

Porém, ao olhar de perto esse aparente problema, é possível encontrar talvez uma das maiores oportunidades de evolução da sociedade brasileira dos últimos tempos.

Reflita: com a popularização massiva do uso da internet através de smartphones, com a expansão de serviços sendo oferecidos online e com a falta de conscientização sobre a importância de segurança na internet, o volume de dados colhidos de usuários torna-se assustador, e como podemos seguir em frente se algumas empresas não sabem nem usar seus dados enquanto outras tratam dados pessoais como mercadoria?

A resposta pode ser encontrada justamente na adequação a Lei Geral de Proteção de Dados.

Um potencial inexplorado

Quantas empresas hoje colhem dados de seus clientes mas não os utilizam para nada, apenas ocupando armazenamento sem qualquer uso? Quantos desses dados poderiam simplesmente ser excluídos? Quantos desses dados poderiam ser anonimizados (garantindo a privacidade dos clientes) e analisados para se otimizar toda a produção da empresa?

Se hoje possuímos companhias gigantes realizando ações cada vez mais precisas a nível global, uma das certezas é que seus dados são protagonistas nas tomadas de decisões, e com toda certeza pequenas e médias empresas brasileiras que jamais imaginaram entender seu negócio sob uma nova perspectiva podem usufruir desse imenso benefício, ao mesmo tempo que fortalecem a relação com o seu consumidor.

Como exemplo, temos na InPakta diversas empresas que ao final do processo de adequação, após o mapeamento de dados e aplicação do plano de adequação, seus dados encontram-se organizados e é possível facilmente implementar uma ferramenta de Business Intelligence, reduzindo imediatamente horas de produção de planilhas e relatórios para um processo automatizado, aumentando a produtividade e diminuindo a repetição desnecessária de trabalho.

Esse é apenas um caso raso em relação a tudo que ainda pode ser explorado no mercado, desde automatização de processos até análises profundas de produção, marketing e logística.

Uma sociedade de privacidade e segurança

Se por um lado existe a obrigação de empresas para adequarem-se, por outro, se conscientiza e educa a sociedade acerca da importância do uso consciente da internet e da proteção da privacidade.

É fácil perceber como em todos esses aplicativos e redes sociais o produto final sendo vendido são os dados do próprio usuário, com infindáveis casos de vazamentos e escândalos de uso indevido de dados pessoais, e para evitar danos futuros a solução é conscientizar e educar, com um esforço conjunto entre empresas responsáveis e sociedade.

Logo, a Lei Geral de Proteção de Dados pode significar um futuro promissor ao país, em que empresas garantam transparência, obtenham melhores resultados sendo data driven, e usuários consumidores possam usufruir da tecnologia com privacidade e segurança, então, a questão principal agora é: como sociedade, estamos dispostos a fazer os sacrifícios necessários para chegarmos juntos a esse futuro?